Capoeira self defense: o melhor vídeo de capoeira de todos
os tempos.
Por volta dos anos oitenta os
capoeiristas que migravam para fora do Brasil elaboraram várias estratégias de
projeção da nossa arte afro-brasileira. Um dos pontos de viragem e impulsão da
capoeira foi certamente o sucesso do filme Only
the Strong conhecido no Brasil por Esporte
Sangrento. MarK Dacasco protagonizou o filme e suas acrobacias bem como seu
gingado foram as primeiras fontes de aprendizagem da capoeira para muitos
praticantes em todo mundo.
Circulou pelo facebook um vídeo
interessante que exemplifica bem o clima da capoeira nos anos 80 e 90, fora do
Brasil e a forma curiosa com os capoeiristas, em sua criatividade, tentavam
publicitar a capoeira. Lembramos que neste mesmo período o Jiu Jitsu
brasileiro, como foi chamada a arte reinventada pelo clã dos Gracie, também
tentava fazer caminho em direção aos Estados Unidos. Lutadores como Bruce Lee,
Chuck Norris, Steven Seagal, já circulavam pelas telas do cinema, realizando
proezas fantásticas com o corpo, derrotando vilões, perseguindo bandidos, facínoras
e criando a imagem do verdadeiro herói, lutador e guerreio destemido. O corpo e
as técnicas que dele podiam sair eram as armas mais vigorosas para combater o
crime na luta do bem contra o mau.
O vídeo que se encontra acima tem
um pouco disso tudo. Faz lembrar as coreografias dos artistas marciais de Hollywood,
com um toque de criatividade bem brasileiro, da malandragem, da ginga, da brincadeira,
fazendo crer que um simples movimento acrobático poderia de fato decidir uma
luta. Não pude deixar de associar também aos filmes dos Trapalhões, grande
conjunto de comediantes brasileiros, que reunia Didi, Dedé , Mussun e Zacarias em
aventuras como os Saltimbancos onde
os atores mostravam a sua destreza corporal
regado de brincadeira e bom humor.
Entre os vários aspetos que
chamam atenção no vídeo destacamos a trilha sonora, com o não menos conhecido
som das paradas de sucesso: Zum Zum, Zum, capoeira mata um. Chama também
atenção as vestimentas dos lutadores que não aparecem com os tradicionais abadas
mas sim com calças de malha e as camisas tipo regata, fazendo sobressair os
corpos negros e fortes. São três atores, capoeiristas, sendo dois deles negros
e um branco, que faz o papel do agressor mas que acaba sempre por apanhar dos
lutadores negros. Na tela acima aparecem por vezes algumas legendas e as
imagens são repetidas mais lentamente para o delírio do público.
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